domingo, 30 de janeiro de 2011

Dor e fome


De manhã, chuva fina, vou até lá, andando como uma senhora que tem dificuldades, devagar, volto pra casa, tomo o remédio, desce amargo, deito e finalmente durmo. A dor passou sem que eu pudesse notar.
As dores se foram.
E dentro do meu quarto, no meio do meu edredon, penso em tudo, eu aceito minha parcela.
Deveria voltar e ser como antes, silêncio, portas fechadas, medo de todos que estão do lado de fora sem um motivo aparente, vontade de acabar logo.
Não. Não sei como deveria ser.
Por divertimento ferem. Por divertimento não olham o tamanho do estrago, não ouvem.
Não sei ser clara quando devo.
Fome de algo.


(Tela em andamento do meu tio Jaime, artista plástico, professor universitário, aposentado, torcedor do Esporte Clube do Recife, Pernambucano e piadista nas horas vagas.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário