sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Caminho



Volto pra casa às 7 da noite sozinha no metro lotado, um menino de camisa branca me olha as vezes, parece procurar de relance na minha figura algo que ainda não tenha visto nas outras pessoas, fecho o livro, fecho os olhos, fecho-me ostra e concha, sinto o vento fresco entrar pela janela como um tufão e vindo bater no meu rosto, meu rosto parece mais suave com essa força, e o silêncio aumenta por causa do som do vento, do som da vida que insiste em manter meus órgãos funcionando, meu músculo cretino batendo, minhas veias palpitando envelhecendo comigo triste, e caminhando no chão de chuva e deixando esse cheiro de terra e folhas verdes entrar pelo nariz, só desejo silêncio pra parir o calor.
Olhei o tempo, e pareceu que realmente vi, horizonte rasgado. 
E de fato chegar em casa.



(Do dia 30.11.10. E todo aquele negócio de sempre...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário